Deixem seus comentários, obrigado!

Deixem seus comentários, obrigado!

sábado, 28 de setembro de 2013

REDAÇÃO DO ENEM

PROPOSTA DE AGOSTO DE 2013

EM SEGUIDA, APRESENTAMOS ALGUNS EXEMPLOS DE REDAÇÕES, CORRIGIDAS E COMENTADAS, COM NOTAS DIFERENTES, SOBRE O TEMA EM QUESTÃO.


Meia-entrada: Você é contra ou a favor? Por quê?

Projeto de lei que tramita no Congresso nacional limita a concessão da meia-entrada para estudantes, jovens de baixa renda, portadores de necessidades especiais e idosos, a 40% do total de ingressos disponíveis para cada evento cultural e esportivo. Há muito tempo, existe uma polêmica em torno da meia-entrada para estudantes no Brasil. Artistas e empresários da área afirmam que têm de aumentar o preço dos ingressos para poder arcar com o custo do benefício e reclamam da ingerência do Estado no mercado. Os estudantes reivindicam seu direito adquirido. Gestores de políticas públicas alegam que o preço é pago por adultos, que têm renda maior, num gesto de solidariedade social necessária ? a qual, portanto, deve ser obrigatória. E você, o que pensa disso tudo? É a favor ou contra a meia-entrada? Por quê? Antes de escrever, leia com atenção os textos abaixo, que podem ajudá-lo a refletir sobre o tema.


ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:

Jose Cruz/ABr
Mobilização de estudantes, artistas e produtores culturais, para votação do projeto de lei que regulamenta a meia-entrada, durante reunião na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.


Vício em meia-entrada

“Para ela [a atriz Fernanda Montenegro], outro problema da cultura atualmente é o ‘vício’ em ingresso barato e em meia-entrada. ‘Você não pode fazer um espetáculo em que, se aparecer 100% de público com carteirinha, você obtém metade da bilheteria. Se você levar essas carteirinhas no supermercado, o açúcar não sai pela metade do preço, não é verdade?’”

[Entrevista da atriz à Folha de S. Paulo]


Quem paga o pato

Dois projetos de lei em tramitação no Congresso propõem a regulamentação nacional da meia-entrada para estudantes em atividades culturais e esportivas - a qual já existe em alguns Estados.

A concessão de meia-entrada é criticada por empresários e produtores com base em dois argumentos.

O primeiro é o de que essa política seria uma ingerência sobre a atividade empresarial, pois obrigaria o setor privado a subsidiar os ingressos dos estudantes. O segundo é o de que os preços dos ingressos estariam sobrevalorizados para cobrir os custos de uma grande quantidade de meias-entradas fraudadas.

Para lidar com esses problemas, os projetos propõem uma cota de 40% dos ingressos para meias-entradas. Além de equivocada nos seus pressupostos, essa medida viola o princípio da universalidade do direito e gera grandes iniquidades.

A alegação de que as políticas de meia-entrada interferem na administração das atividades empresariais, obrigando o setor privado a fazer política pública, não procede.

A política de meia-entrada introduz um mecanismo de subsídio cruzado no qual os consumidores adultos subsidiam o consumo dos jovens e dos idosos - setores com renda significativamente inferior.

Ao estabelecer sua política de preços, o empresário nada mais faz do que transferir os custos da meia-entrada para os não beneficiados. Quem subsidia o benefício, portanto, são os consumidores adultos.

[Artigo de Pablo Ortellado e Luciana Lima, na Folha de S. Paulo]


Subsídio cruzado

Entre 91% e 96% dos paulistanos defendem a meia-entrada, segundo o Datafolha. Esta não é a primeira nem a última vez em que uma substancial maioria se põe de acordo em relação a um tema e ela está objetivamente errada.
(...)
Nesse contexto, a meia-entrada desponta como uma armadilha cognitiva quase irresistível. Pelo que parece ser um custo irrisório, temos a chance de promover a cultura, investir na formação dos jovens e, de quebra, ainda prestar reconhecimento aos mais velhos. Tudo isso fazendo justiça social. Descrito dessa forma, fica mesmo difícil opor-se ao mecanismo.

Para os que não acreditamos em mágica, porém, a meia-entrada representa um subsídio cruzado de resultados particularmente duvidosos. No caso dos idosos, as tabelas do IBGE mostram que as pessoas com mais de 60 anos têm renda média superior às faixas mais jovens.

Isso significa que subsidiá-los implica concentrar renda e não distribuí-la como parecia ser o objetivo.

No que diz respeito aos estudantes, o quadro é mais confuso. O desconto aqui pode beneficiar tanto ricos quanto pobres.

Mas, como observou o economista César Mattos num belo artigo sobre a meia-entrada publicado no site do Instituto Braudel, os grupos de maior renda tendem a passar mais tempo nas escolas e universidades, extraindo assim uma fatia maior da prebenda. Robin Hood às avessas ataca mais uma vez.

[Hélio Schwartsman, Folha de S. Paulo]


EXEMPLOS DE REDAÇÕES,CORRIGIDAS E COMENTADAS, COM NOTAS DIFERENTES, SOBRE O TEMA APRESENTADO ACIMA.



REDAÇÃO 1
Aluno:***
Idade:***
Colégio:***
NOTA : 0,0

Existe racismo no Brasil?

O preconceito no racial [preconceito racial] é tema recorrente de discussão. Embora não possa se comparar na proporção em outros partes do planeta, tais como o racismo nos EUA e no período Apartheid na África do Sul,tal preconceito ainda persiste no nosso Brasil, por meio de desigualdade social. [Apesar de não se poder comparar o que acontece aqui com o que ocorre nos EUA ou na época do Apartheid, na África do Sul, o preconceito racial persiste no Brasil, por meio da desigualdade social.]

A escravidão limitou [impediu] a população negra de ser inserida na economia do país, no século XIX. Com o “fim” da escravidão, muitas pessoas de cor escura não tinha do que sustentar-se [tinham como se sustentar, pois] , não era aceita [eram aceitas] no mercado de trabalho.

Muitos por não serem inseridos na sociedade [Por não se inserirem na sociedade, muitos] ficam sujeitas a [sujeitos à] marginalização. Contudo, o número de estudantes negros em universidades públicas brasileiras é pequeno. Mais existe [Mas existem] programas sociais, como o sistemas de cotas para tentar diminuir essa diferença.

Seria necessário políticas para ser desenvolvida para a melhoria da condição de vida das pessoas com afrodescendência. Cada cidadão brasileiro, deveria colocar um fim nesse preconceito racial.


Comentário geral

O texto é um exemplo do que não se deve fazer. Sem ler a proposta , o aluno escreveu sobre o que quis. Não se pode produzir um texto sem ter certeza de que se entendeu as instruções que servem de pré-requisito para produzi-lo. Esta redação poderia até ter uma nota 4,0, caso o tema fosse esse. Não é. A leitura atenta da proposta é o primeiro passo para fazer uma boa redação. Não se deve começar a escrever antes de ter certeza sobre o que se vai fazê-lo.

Aspectos pontuais

1) Segundo parágrafo:
 a) os escravos foram a base da economia brasileira durante a Colônia e o Império. Então, dizer que eles não se inseriram na economia do país é um contrassenso.  
b) Não basta pôr entre aspas uma palavra para mudar seu significado. Seria melhor o aluno explicar porque não considera o fim da escravidão um verdadeiro fim.
 c) “Cor escura” é um eufemismo no limite do racismo.

2) Terceiro parágrafo:
a) Se você não está dentro, está fora, se não faz parte da sociedade, está à margem dela. Isso é um truísmo.
b) “contudo” é uma conjunção adversativa, mas aqui ela não está introduzindo uma oração que se contrapõe à anterior. Os dois fatos apresentados não têm relação entre si.

3) Último parágrafo: há erros crassos de concordância e pontuação. Além disso, a declaração, longe de ser conclusiva, é simplesmente a expressão de uma opinião, sem a devida justificação.

Competências avaliadas

1. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 0,0
2. Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 0,0
3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 0,0
4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 0,0
5. Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 0,0
Total 0,0

Desempenho do aluno em cada competência

Nota 2,0 - Satisfatório Nota 0,5 - Fraco
Nota 1,5 - Bom            Nota 0,0 - Insatisfatório

Nota 1,0 - Regular


REDAÇÃO 2
Aluno:***
Idade:***
Colégio:***
NOTA 2,0

Uma mudança geral na economia

Em um país democrático como o Brasil, altamente conservador dos Direitos Humanos, a tênue da política “meia-entrada” nos leva crer que o país está mudando sua ideologia econômica. Entretanto, uma mudança radical no padrão socioeconômico como essa, requer [essa requer] diálogos plausíveis em relação à condição, o público-alvo e as consequências em que essa política será submetida.

Embora a meia-entrada seja direcionada aos estudantes, o índice de fraude não pode ser deixado de lado. A lei ainda está sob análise, mas já apresenta divergências enormes por parte dos empresários.

Com a suposta aprovação da lei, o mais afetado será o sistema econômico brasileiro, pois os empresários teriam que triplicar seus subsídios para manter os eventos.

Os locais consequentemente estariam sempre superlotados, o que aumentaria os transtornos no transporte público em dia de evento, engarrafamentos, assaltos e, sobretudo, os gastos que não seriam recompensados a [à] altura com a bilheteria do evento: pois a cota está avaliada em mais de 40%.

A importância de inovações no sistema geral brasileiro faz-se necessária, no entanto, é preciso um planejamento com investimentos dentro daquilo [de] que o país dispõe. Logo, o projeto “meia-entrada” não atende aos critérios pressupostos pela situação econômica e social do país atualmente.

Comentário geral

Texto fraco, que revela incompreensão da proposta e uma análise da questão que não tem o menor fundamento na realidade. Considerar a meia-entrada como uma grande transformação na política econômica do país ou é uma brincadeira ou é um enorme exagero. De resto, o texto não é um conjunto organizado de ideias claramente expostas, mas um amontoado de declarações avulsas, muitas das quais sem sentido.

Aspectos pontuais

1) Primeiro parágrafo: além do modo exagerado de encarar a meia-entrada como revolução econômica, o texto revela incompreensão do problema: não se está criando a meia-entrada, pois ela já existe. O que se está fazendo é restringir o benefício. Chama a atenção o uso inadequado, quase aleatório, de adjetivos, como “conservador”, “tênue” e “plausíveis”.

2) Segundo e terceiro parágrafos: as declarações não se ligam umas as outras e não apresentam justificativas que deem a elas um mínimo de plausibilidade. De onde, por exemplo, o autor deduz que seria necessário triplicar o preço dos ingressos caso a meia-entrada fosse instituída? Mas o mais impressionante é o autor não saber que já existe a meia-entrada.

3) Quarto parágrafo: que cota está avaliada em mais de 40%? O que o projeto de lei propões é outra coisa: é restringir as meias-entradas a 40% dos ingressos existentes para cada espectáculo.

4) Quinto parágrafo: o uso de expressões vazias como “sistema geral brasileiro” (o que é isso?) torna o parágrafo meramente retórico, sem que haja algo de verdadeiramente substantivo nas suas afirmações.
Competências avaliadas

1. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 0,5
2. Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 0,5
3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 0,5
4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 0,5
5. Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 0,0

Total 2,0

Desempenho do aluno em cada competência

Nota 2,0 - Satisfatório Nota 0,5 - Fraco
Nota 1,5 - Bom         Nota 0,0 - Insatisfatório
Nota 1,0 - Regular


REDAÇÃO 3
Aluno:***
Idade:***
Colégio:***
NOTA 6,0

Meia-entrada: Regulamentação Já

Dois projetos de lei em tramitação no Congresso reacenderam uma antiga polêmica [polêmica,] com o objetivo de regulamentar e limitar a concessão da meia-entrada para estudantes, jovens de baixa renda, portadores de necessidades especiais e idosos a 40% do total de ingressos disponíveis para cada evento cultural e esportivo.

Produtores e empresários da área argumentam que são forçados a aumentar o preço dos ingressos para arcar com os custos do benefício, tornando esses eventos muitas vezes inacessíveis para a maioria da população que não conta com a meia-entrada. Regulamentar seria um passo a mais no sentido de tornar os eventos culturais e esportivos acessíveis a toda a população sem deixar de conceder o benefício da meia-entrada para alguns.

Abolir a meia-entrada não é o que propõem os projetos em tramitação, apenas regulamentá-la, e esta é uma medida fundamental já que se trata de uma ingerência do Estado na economia. "Você não pode fazer um espetáculo em que, se aparecer 100% de público com carteirinha, você obtém metade da bilheteria. Se você levar essas carteirinhas no supermercado, o açúcar não sai pela metade do preço, não é verdade?" pontua a atriz Fernanda Montenegro.

Está na hora da [de a] proposta de regulamentação da meia-entrada deixar de ser um tópico polêmico para ser vista como uma reivindicação coerente e democrática em que [com a qual] a cultura, o esporte e os cidadãos têm muito a ganhar.


Comentário geral

Texto bom, sem problemas graves. No entanto, é importante notar que o autor se posiciona mais acerca do projeto de lei do que da meia-entrada propriamente dita, como exige a proposta. Além disso, de um modo geral, o aluno se limitou a reproduzir, com suas palavras, fatos e argumentos da proposta, sem acrescentar ideias suas. Nesse sentido, a citação da declaração de Fernanda Montenegro está jogada na redação sem ter vínculo imediato e explícito com a ideia que a antecede.

Aspectos pontuais

1) Segundo parágrafo: se esse é um passo a mais, qual é o outro passo dado anteriormente? O correto seria dizer apenas um passo.

2) Terceiro parágrafo:
 a) o problema da ingerência do Estado foi mal apontado aqui. Não vai se regulamentar a meia-entrada por ser ela uma ingerência. Além disso, ao modificá-la (pois a medida já existe e já é regulamentada), o Estado continuará a ingerir na economia, o que só deixaria de acontecer se o Estado deixasse o problema para os empresários resolverem.
 b) A transcrição da declaração de Fernanda Montenegro não está vinculada com o que foi dito imediatamente antes e sua vinculação com o texto como um todo se dá a nível de conteúdo, revelando um problema de coesão.

Competências avaliadas

1. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 1,5
2. Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 1,5
3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 1,0
4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 1,5
5. Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 0,5

Total 6,0

Desempenho do aluno em cada competência

Nota 2,0 - Satisfatório Nota 0,5 - Fraco
Nota 1,5 - Bom         Nota 0,0 - Insatisfatório
Nota 1,0 - Regular


REDAÇÃO 4
Aluno:***
Idade:***
Colégio:***
NOTA 8,0

Meia-entrada: o outro lado da moeda

A lei de [da] meia-entrada foi criada com a função de acessibilizar [tornar acessíveis] atividades culturais como espetáculos teatrais, por exemplo, para estudantes, menores de 21 anos e idosos, já que, supostamente, essa classe não tem uma renda muito alta. Apesar de ser um ótimo incentivo, precisa-se avaliar até que ponto a lei é realmente funcional.

Pagar meia entrada [meia-entrada] tornou-se comum entre os brasileiros, a [brasileiros. A] população sofre de um "vício" do ingresso barato. Com isso, nem todos que usufruem do benefício da meia-entrada têm real necessidade [disso] . Há os que se encaixam nos requisitos da lei (estudantes/menores de 21 anos/idosos), mas não possuem uma renda tão baixa a ponto de não poderem pagar o valor inteiro do ingresso; e tem [há] os que não se encaixam nos critérios da lei e ainda assim dão um jeito de pagar meia-entrada pelo costume de pagar barato.

Jovens e idosos se beneficiam pagando meia entrada [meia-entrada] , contudo não tem [há] quem arque com os custos deste benefício. A lei implica em [implica] subsídios aplicados sobre o valor do ingresso inteiro para suprir os que são vendido [vendidos] pela metade do preço. Mas quem paga esse custo se numa plateia todos forem pagante [pagantes] de meia-entrada?

Um ator de teatro, por exemplo, tem como pagamento de seu serviço o valor arrecadado na bilheteria. Se um dia todos da plateia forem jovens e idoso [idosos] o ator só receberá metade de seu pagamento. Olhando por esse lado [lado,] a lei não parece ser tão benéfica como a maioria da população acredita ser (de acordo com pesquisas do IBGE, mais de 90% dos brasileiros apoiam a lei de meia-entrada).

Dado isso, conclui-se que é necessária a conscientização do Governo e também da população. A população precisa agir com mais honestidade e cidadania sobre essa e qualquer outro tipo de lei; o Governo precisa rever a lei da meia-entrada, um acordo entre artistas, produtores culturais e empresas ligadas ao ramo cultural, onde o Governos repassasse a outra metade do valor do ingresso, seria uma solução onde todos saem ganhando, inclusive os que realmente precisam de apoio e incentivo para ter acesso à cultura.

Comentário geral

Texto bom, mas com a linguagem muito próxima da norma coloquial. Além disso, há prolixidade e o texto se estende por mais do que o limite estabelecido. De qualquer forma, os méritos são maiores que os problemas: há uma estrutura dissertativa e uma argumentação, ponderando aspectos positivos e negativos da meia-entrada.

Aspectos pontuais

1) Primeiro parágrafo: não se trata propriamente de uma classe social, mas de grupos formados principalmente em função da faixa etária.

2) Último parágrafo: a frase assinalada está solta no período, faltam elementos que a liguem sintaticamente à frase anterior.

Competências avaliadas

1. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 1,0
2. Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 1,5
3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 1,5
4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 2,0
5. Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 2,0

Total 8,0

Desempenho do aluno em cada competência

Nota 2,0 - Satisfatório Nota 0,5 - Fraco
Nota 1,5 - Bom         Nota 0,0 - Insatisfatório
Nota 1,0 - Regular


REDAÇÃO 5
Aluno:***
Idade:***
Colégio:***
NOTA 10,0

Meia-entrada é cidadania plena

Polêmica discussão vem sendo travada na sociedade e no Congresso Nacional acerca da lei da meia-entrada para jovens de baixa renda, idosos, portadores de necessidades especiais e estudantes. Semelhante debate ensejou a questão das cotas raciais em universidades públicas. Embora não haja consenso é com bom senso que se deve considerar tal matéria, e por boas razões.

À juventude pobre [pobre,] lhe é negado o acesso a direitos fundamentais, o que sustenta a criação de mecanismos para que possa realizar plenamente sua cidadania, como é o caso da meia-entrada, que poderia inclusive ser extendida [estendida] a todas as pessoas beneficiadas por programas sociais como o Bolsa Família. O mesmo raciocínio vale para os portadores de necessidades especiais, por também viverem um cotidiano de exclusão.

Já em relação a idosos e estudantes são outros os argumentos. Maiores de 60 anos já contribuíram, a priori, com impostos e, principalmente, trabalho, e merecem, sem exceção, desfrutar dos últimos anos de vida. Já existe, por exemplo, o passe livre no transporte público para essas pessoas. Os que estudam, por sua vez, ainda não contribuíram, na maioria das vezes, nem com impostos nem com trabalho, logo é justificável incentivo em forma de lei para formação intelectual e física, em eventos culturais e esportivos.

A exemplo das cotas, a meia-entrada trata diferentes de forma desigual, que pode se entender como gesto de solidariedade social necessário. Mas como toda lei exije [exige] fiscalização para não haver prejuízo a nenhuma das partes.

Comentário geral

Texto ótimo, que cumpre todos os requisitos necessários de uma dissertação. Há poucos problemas pontuais e de pequena gravidade, que não prejudicam em nada o conjunto do texto. De resto, evidencia-se o domínio da norma culta, a compreensão da proposta e o desenvolvimento correto e coerente da estrutura dissertativa. Por tudo isso, a despeito dos pequenos deslizes, merece a nota máxima.

Aspectos pontuais

Terceiro parágrafo: há no trecho assinalado um problema de ordem lógica. Defende-se a meia-entrada para os idosos porque já contribuíram com o país e o dos jovens porque ainda não contribuíram, o que é uma aparente contradição. Melhor seria dizer que os jovens ainda vão contribuir e, para isso, precisam de investimento em sua formação.


Competências avaliadas

1. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 2,0
2. Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 2,0
3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 2,0
4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 2,0
5. Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 2,0

Total 10,0

Desempenho do aluno em cada competência

Nota 2,0 - Satisfatório Nota 0,5 - Fraco
Nota 1,5 - Bom         Nota 0,0 - Insatisfatório
Nota 1,0 - Regular

FONTE: http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/

domingo, 22 de setembro de 2013

Principais Regras de Ortografia

"A competência para grafar corretamente as palavras está diretamente ligada ao contato íntimo com essas mesmas palavras. Isso significa que a freqüência do uso é que acaba trazendo a memorização da grafia correta. Além disso, deve-se criar o hábito de esclarecer as dúvidas com as necessárias consultas ao dicionário. Trata-se de um processo constante, que produz resultados a longo prazo." (Pasquale Cipro Neto & Ulisses Infante, Gramática da Língua Portuguesa)

Orientações Gerais

1) Devemos empregar "ss" em todos os substantivos derivados de verbos terminados em "gredir", "mitir", "ceder" e "cutir".

Exemplos:


AGREDIR / AGRESSÃO
PROGREDIR / PROGRESSÃO
REGREDIR / REGRESSÃO
TRANSGREDIR / TRANSGRESSÃO

ADMITIR / ADMISSÃO
DEMITIR / DEMISSÃO
OMITIR / OMISSÃO
PERMITIR / PERMISSÃO
TRANSMITIR / TRANSMISSÃO

ACEDER / ACESSO
CEDER / CESSÃO
CONCEDER / CONCESSÃO
EXCEDER / EXCESSO, EXCESSIVO
SUCEDER / SUCESSÃO


DISCUTIR / DISCUSSÃO
PERCUTIR / PERCUSSÃO
REPERCUTIR / REPERCUSSÃO


2) Devemos empregar "s" em todos os substantivos derivados de verbos terminados em "ender", "verter" e "pelir".

Exemplos:

APREENDER / APREENSÃO
ASCENDER / ASCENSÃO
COMPREENDER / COMPREENSÃO
DISTENDER / DISTENSÃO
ESTENDER / EXTENSÃO
PRETENDER / PRETENSÃO
SUSPENDER / SUSPENSÃO
TENDER / TENSÃO

VERTER / VERSÃO
REVERTER / REVERSÃO
CONVERTER / CONVERSÃO
SUBVERTER / SUBVERSÃO

EXPELIR / EXPULSÃO
REPELIR / REPULSÃO

3) Devemos empregar "ç" em todos os substantivos derivados dos verbos "TER" e "TORCER", mais seus derivados.

Exemplos:

ABSTER / ABSTENÇÃO
ATER / ATENÇÃO
DETER / DETENÇÃO
MANTER / MANUTENÇÃO
RETER / RETENÇÃO
TORCER / TORÇÃO
DISTORCER / DISTORÇÃO
CONTORCER / CONTORÇÃO


EMPREGO DO S OU DO Z

1. Os sufixos "ês" e "esa" são empregados na formação de nomes que designam profissão, títulos honoríficos de posição social, assim como em palavras que indicam origem, nacionalidade.

Exemplos: burguês, camponês, marquês, português, japonês, francês, burguesa, camponesa, marquesa, princesa, portuguesa, japonesa, francesa etc.

2. São grafadas com o sufixo "isa" as palavras que indicam ocupações femininas: poetisa, profetisa, papisa, sacerdotisa, pitonisa.

Ache os cursos e faculdades ideais para você !
3. Os sufixos "ez" e "eza" são empregados para formar nomes abstratos que derivam de adjetivos.

Exemplos:

ADJETIVOS / DERIVADOS

agudo / agudez
escasso / escassez
estúpido / estupidez
límpido / limpidez
gago / gaguez
honra / honradez
inválido / invalidez
intrépido / intrepidez
macio / maciez
rígido / rigidez
sensato / sensatez
sisudo / sisudez
surdo / surdez


avaro / avareza
belo / beleza
certo / certeza
duro / dureza
esperto / esperteza
justo / justeza
nobre / nobreza
pobre / pobreza
rico / riqueza
rijo / rijeza
singelo / singeleza

4. Com "z",

normalmente, são grafadas palavras derivadas de outras em que já existe o "z", e verbos terminados pelo sufixo "izar", em cujos radicais das palavras que lhes deram origem possuam ou não a letra z.

Exemplos: balizado (baliza), arrazoado, razoável (razão), canalizar, finalizar, industrializar, organizar, utilizar, arborizar, dinamizar, regularizar, cicatrizar (cicatriz), envernizar (verniz), enraizar (raiz), deslizar (deslize) etc.

Observação: Os verbos terminados em "isar", com "s", têm apenas como sufixo as letras "ar", pois as letras "is", neste caso, fazem parte do radical da palavra que deu origem ao verbo.

Exemplos:

análise / analisar
aviso / avisar
improviso / improvisar
pesquisa / pesquisar

EXCEÇÃO: Apesar de originar-se da palavra "catequese", que possui um "s" em seu radical, o verbo catequizar deve ser grafado com "z", pois a sílaba átona final de catequese foi suprimida para se inserir o sufixo "izar" na formação do verbo.

5. Grafam-se com "z"

as palavras derivadas com os sufixos "zada, zal, zarrão, zeiro, zinho, zito, zona, zorra, zudo". O "z", neste caso, é um infixo.

Exemplos: pazada, cafezal, canzarrão, açaizeiro, papelzinho, cãozito, mãezona, mãozorra, pezudo etc.

Observação: Em palavras como "asinha, risinho, risada, casinha, caseiro, casebre", o "s" pertence ao radical dos vocábulos de origem (asa, riso, casa).

6. Também grafa-se com "s":

_ Após os ditongos;

Exemplos: lousa, coisa, causa, Neusa, ausência, Eusébio, náusea.

_ Nas formas dos verbos "pôr" (e derivados) e "querer";

Exemplos: pus, pusera, pusesse, puséssemos; repus, repusera, repusesse, repuséssemos; quis, quisera, quisesse, quiséssemos.

EMPREGO DO C E DO QU

Existem palavras que podemos escrever com "c" e também com "qu".

Exemplos: catorze / quatorze cociente / quociente cota / quota cotidiano / quotidiano cotizar / quotizar

Observação: As palavras a seguir, porém, possuem uma só grafia: "cinqüenta, cinquentenário, cinquentão, cinquentona."


EMPREGO DO X E DO CH

Deve-se empregar o "x" após os ditongos (encontros vocálicos = vogal + semivogal em uma mesma sílaba).

Exemplos: ameixa, feixe, caixa, trouxa, frouxo, gueixa, peixe, peixada, queixo, queixada, eixo, baixo, encaixar, paixão, rebaixar etc.

EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de árvore que produz o látex).


Emprega-se também o x:

_ Após as sílabas "en" e "me";

Exemplos: enxada, enxurrada, enxame, enxaqueca, enxerido, enxovalho, enxugar, mexer, mexilhão, mexerico, mexerica, mexicano etc.

Observação: Palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, enchapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafadas com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja, pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, encher e seus derivados = prefixo en + radical de cheio; encharcar = en + radical de charco; enchiqueirar = en + radical de chiqueiro; enchapelar = en + radical de chapéu; enchu- maçar = en + radical de chumaço).

EXCEÇÃO: Em relação à regra da sílaba "me", uma exceção é
 O SUBSTANTIVO "mecha"; não confundir com a forma verbal "mexa" do verbo mexer que deve ser grafada com x.

_ Nas palavras de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas aportuguesadas.

Exemplos: xavante, xingar, xique-xique, xará, xerife, xampu.

Outras palavras com X: bexiga, bruxa, caxumba, laxativo, laxante, maxixe, paxá, muxoxo, quixotesco, rixa, xarope, xícara, xucro, xereta, capixaba, faxina, lixo, graxa, praxe, puxar, relaxar, roxo, xaxim, xenofobia.

Outras palavras com CH: charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estrebuchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, salsicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachimbo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochila, piche, pichar, tchau.

Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas a grafia se distingue pelo contraste entre o x e o ch.

Exemplos:

- brocha (pequeno prego)
- broxa (pincel para caiação de paredes)

- chá (planta para preparo de bebida)
- xá (título do antigo soberano do Irã)

- chalé (casa campestre de estilo suíço)
- xale (cobertura para os ombros)

- chácara (propriedade rural)
- xácara (narrativa popular em versos)

- cheque (ordem de pagamento)
- xeque (jogada do xadrez)

- cocho (vasilha para alimentar animais)
- coxo (capenga, imperfeito)

- tacha (mancha, defeito; pequeno prego); daí "tachar": colocar defeito
ou nódoa em alguém ou em algo.
- taxa (imposto, tributo); daí "taxar": cobrar impostos.

fonte: http://www.mundovestibular.com.br/articles/94/1/Principais-Regras-de-Ortografia/Paacutegina1.html

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Entrevista com Lygia Fagundes Telles

Material de apoio às atividades da apostila 3 de Língua Portuguesa do 1º Ano




Sobre homens e pássaros

A mente humana não possui limites para sonhar. Mesmo quando estamos dormindo podemos ter sonhos. Mas a mente, pode também, entrar em conflito que reflete em sentimentos como medo, tristeza, depressão e até loucura. Para tentarmos entender isso melhor, vou lhes contar uma breve estória.
Um homem tem sua família, sua casa, sua vida e pode estar infeliz com tudo isso. Ele está onde não quer estar. Ele está louco? Esse mesmo homem foge e leva consigo uma bengala, uma bolsa, um chapéu, uma capa vermelha e muitos, muitos pássaros dentro de si.
Meu caro leitor perguntaria então: o tal homem levou pássaros dentro de si? Ora, quem está louco é você, e não o homem.
Não, não estou louca. Eu poderia ter dito que além dos objetos, ele levou também consigo um forte desejo de liberdade, sua vontade de estar em outro lugar; seus conflitos; seus medos; sua ‘loucura’, ou seja, seus sentimentos mais profundos. Apenas nomeei tudo isso como ‘pássaros’.
E poderei ainda dizer que os tais pássaros que ele levou ninguém nunca os entendeu. Um dia, o homem tentou deixar à mostra esses pássaros para que eles fossem vistos, analisados; mas ao mesmo tempo o homem sabia que ninguém nunca poderia tocá-los.
Bem, mas estávamos falando sobre a mente humana. E o que este homem e seus pássaros têm a ver com isso? Será que ao longo deste texto você conseguiu criar uma identidade para este homem? E eu te respondo: ele poderia ser seu pai, seu amigo, seu professor ou ainda você mesmo.
Muitas vezes entramos em conflitos com nossos desejos ou com o rumo da nossa própria vida. São aqueles momentos que devemos parar, refletir e analisar nossos atos, para então seguirmos em frente. Devemos ser nossos próprios terapeutas e tocar nossos pássaros interiores,
abrir o portão e seguir nosso caminho sem temer, nem olhar para trás.

Autora: Silmara Cristina Carneiro, aluna do 7° termo de Letras.
Produção baseada na atividade de analise comparada entre "História de Passarinho", de Lygia Fagundes Telles e a obra de René Magritte, "O Terapeuta". Disciplina de Literatura Brasileira, profa. Msc. Célia Firmino.




 material de apoio às atividades da apostila 3 de Língua Portuguesa da 8ª série

"Diretas Já"




Impeachment do Presidente Fernando Collor 


O massacre na praça da paz celestial em Pequim

                                                                                                  

Planeje apresentações vencedoras


Quando me entrevistam para dar 'dicas' de comunicação, invariavelmente os jornalistas perguntam quais os erros mais comuns de quem fala em público.
Quase todos esperam que eu fale sobre problemas relacionados à voz, ao vocabulário ou à postura do orador. Por isso, ficam surpresos ao ouvir que um dos deslizes mais graves na comunicação está na estrutura e na organização das ideias.
De maneira geral, as pessoas não sabem como planejar as apresentações de forma lógica, persuasiva e eficiente. Julgam que basta ter um bom conteúdo para obter sucesso em suas exposições.
É evidente que ter conteúdo de boa qualidade é fundamental para que a comunicação seja bem-sucedida. Mas de nada adiantará ter a posse desse conhecimento se não houver concatenação organizada do raciocínio.
Por isso hoje vou passar a você um roteiro que, apesar de simples, dá excelentes resultados no planejamento de qualquer tipo de apresentação. Seja para entabular uma conversa informal, ministrar uma palestra, fazer a exposição de um produto ou projeto ou proferir uma complexa conferência.
Além da utilidade para a comunicação oral, essas orientações são úteis também para escrever todos os tipos de mensagens, desde simples relatórios na vida corporativa até importantes projetos acadêmicos ou profissionais.
Imagino que você concorda comigo que é difícil prestar atenção em quem se apresenta sem organizar de maneira correta a sequência da fala.
Alguns oradores transformam suas apresentações num verdadeiro samba do crioulo doido. Depois de muito tempo fazendo considerações periféricas a respeito do tema, quando você espera que finalmente vão entrar no assunto dão marcha à ré, coçam a cabeça, reviram os olhos, com aquela expressão de quem está viajando no tempo e começam a contar histórias da infância ou da cidade natal.
Mais adiante quando a hora é boa para concluir, pegam de novo a ponta do novelo e voltam a falar tudo o que já haviam desenvolvido no assunto central, repetindo com pormenores os mesmos argumentos, como se as informações fossem inéditas e constituíssem uma grande novidade para o público.
E surpresa! No instante em que seria preciso esclarecer pontos relevantes da matéria, fazem cara de missão cumprida, batem as anotações sobre a mesa ou a tribuna e ponto final, concluem de forma inesperada, passando a sensação de que novos capítulos ainda deveriam ser desvendados.
Polito, mas como é possível estruturar a fala de forma apropriada?
Na maioria dos casos, as apresentações não possuem sequência lógica e bem ordenada porque não são bem planejadas. E o aspecto mais curioso nessa história toda é que pouca gente sabe que a ordem usada para planejar uma apresentação deve ser diferente da sequência da exposição.
Vamos observar algumas regrinhas que ajudam a planejar bem qualquer tipo de apresentação, desde um simples bate-papo com amigos até a mais importante conferência. Não é nada muito complicado e você verá que tudo segue uma lógica fácil de ser percebida.
Deixe o começo para o final
Aqui vai uma dica preciosa  - nada de iniciar o planejamento da fala pela introdução. A maioria comete o erro de iniciar o plano da exposição elaborando em primeiro lugar o que pretende transmitir no começo.
É fácil deduzir que você só poderá saber como deverá ser o início depois de estar consciente do assunto que irá abordar e dos objetivos que pretende atingir.
Talvez pareça estranho para alguns, mas a introdução deverá ser planejada em último lugar, depois mesmo da conclusão, quando já souber qual o trajeto que a mensagem seguirá e quais as barreiras e os desafios que precisará superar durante a exposição.
A introdução só poderá ser preparada de forma adequada quando você já souber quem serão os ouvintes, que informações possuem sobre a matéria e se irão ou não levantar resistências com relação a você ou ao tema da exposição.
Por isso, ao planejar as etapas da apresentação leve em conta inicialmente o tema que irá abordar e deixe a introdução e a conclusão para o final.
Primeiro passo: identifique o assunto
Para que uma apresentação seja bem planejada, sua primeira atitude deve ser a de identificar qual o assunto que pretende desenvolver. Acredite, muitas pessoas falam em público sem ter noção clara sobre o assunto que irão expor.
Por exemplo, poderão estar certas de que falarão sobre rentabilidade das operações, quando na verdade esse era apenas um dos aspectos de um assunto mais abrangente - planejamento estratégico.
Depois que você identificar qual é o assunto, elabore a linha de argumentação que pretende utilizar - estatísticas, pesquisas, estudos técnicos e científicos, teses, exemplos, comparações, testemunhos.
Dica especial: inicie a organização dos argumentos escolhendo para o início um que seja bom, e na sequência vá pela ordem crescente, desde o mais frágil até chegar àquele que considere irrefutável.
Para descobrir que tipo de resistência poderá encontrar, imagine como você reagiria se estivesse no lugar dos ouvintes. Na posição deles, como se sentiria diante da proposta que você irá apresentar. Tente deduzir que objeções eles poderiam levantar contra os argumentos e prepare-se para refutá-las de maneira conveniente.
Saiba quais são os objetivos
Quero alertá-lo para o fato de que você ainda está no assunto central, no primeiro passo do planejamento.
Após identificar o assunto descubra que objetivo o motivou a se apresentar. Sugerir solução para um problema? Ou comunicar uma novidade? Descobriu? Agora você já está pronto para planejar o segundo passo da sua apresentação.
Segundo passo: facilite a compreensão dos ouvintes
O fato de você saber qual é o conteúdo da sua exposição não significa que os ouvintes também já saibam. De maneira geral, não só não sabem como precisam ser bem orientados, para que possam compreender o assunto que irão ouvir.
Para facilitar a compreensão dos ouvintes, revele a eles qual o assunto que irá expor e esclareça qual o problema que precisa ser solucionado.
Se você pretende discorrer sobre um assunto novo, sobre o qual eles não estejam devidamente inteirados, faça um retrospecto, um histórico mostrando como os fatos evoluíram no transcorrer do tempo até chegar ao momento presente.
Note que essas informações só serão possíveis depois de você ter cumprido o primeiro passo do planejamento, isto é, ter identificado qual é o assunto e quais são os objetivos da apresentação.
Terceiro passo: finalmente a conclusão e a introdução
Neste momento você já está em condições de planejar como fará a conclusão, levando os ouvintes a refletir ou agir de acordo com a sua mensagem ou sua proposta.
E depois de ter organizado todas as etapas da apresentação você finalmente poderá se decidir pela melhor introdução.
Sabendo agora qual será a sequência da exposição e as dificuldades que deverá suplantar, estará em condições de planejar o início da apresentação. Estará consciente de como deverá agir para afastar desde o princípio as resistências dos ouvintes e conquistar a atenção e a simpatia de todos.
A partir desse planejamento simples você irá ordenar melhor o seu pensamento e possibilitará que o ouvinte acompanhe sem esforço toda a sequência do discurso.
Com tudo planejado, agora é só ir para frente do público e começar a falar pelo começo.

SUPERDICAS DA SEMANA

• Em primeiro lugar, identifique o assunto e quais são seus objetivos
• Facilite a compreensão dos ouvintes, revelando qual é o assunto que irá expor, o problema a ser solucionado ou fazendo um histórico das informações
• Prepare a conclusão
• Escolha a introdução mais adequada
→ Obra de minha autoria que trata desse tema: 'Assim é que se fala', editora Saraiva

Reinaldo Polito
é mestre em ciências da comunicação, palestrante e professor de expressão verbal. Escreveu 20 livros que venderam mais de 1 milhão de exemplares
Site: www.polito.com.br 
e-mail: polito@reinaldopolito.com.br

domingo, 1 de setembro de 2013

 POR QUE/PORQUE/POR QUÊ/PORQUÊ

PARA VOCÊ NÃO ERRAR MAIS.

PORQUE = pois ou pelo fato de que
· Eu gosto de você, porque sou louco.

POR QUE = por que motivo, razão (inclusive em títulos)
· Por que tornei-me padre.

POR QUÊ - em final de frase
· Parou, por quê?

PORQUÊ = o porquê, um porquê, os porquês
· Ninguém entendeu o porquê da sua decisão.

Agora, com mais detalhes:

POR QUE - preposição por + que (classe variável)

a) equivalente a pelo qual, ou suas variações (com ou sem antecedente)

· Esta é a razão por que não compareci. (Esta é a razão pela qual... - razão é antecedente)
· Eis por que não compareci. (Eis a razão, a causa pela qual não compareci. Neste caso, não há antecedente)

b) equivalente a por que motivo ou por que razão (Preposição + pronome), em interrogações diretas ou indiretas

· Por que você não compareceu?
· Não sei por que você não compareceu. (Não sei isto: por que voc6e não compareceu?)

c) em títulos (pronome interrogativo ou pronome relativo)

· Juscelino escreveu “Por que construí Brasília”.

Significa: por que é que eu construí Brasília.
Ou: as causas/razões por que (pelas quais) construí Brasília.

d) quando significa por qual (e variantes)

· O candidato optou por que carreira? (Optou por qual carreira?)
· Não sei por que caminhos seguir. (por quais caminhos)


e) Usamos por que, também, quando o por é um complemento de algum nome.

· Estou ansioso por que você retorne das férias. (ansioso por)
· O presidente demonstrou simpatia por que nós apresentássemos o projeto. (simpatia por)

PORQUE

a) equivalente a pois (conjunção coordenativa explicativa).

· O professor deve ter faltado, porque os alunos estão no corredor.

b) equivalente a pela causa/razão de que, pelo fato/motivo de que (conjunção subordinativa causal)

· Faltei ao trabalho, porque estava doente.


c) expressão de realce

· Se todos concordam, é porque gostaram da resposta.

d) em interrogações

· Porque estava doente? Ora, isso não é motivo para faltar.

A situação seria a seguinte:

João: Por que você faltou?
José: Eu faltei porque estava doente.
João: Porque estava doente? Ora, isso não é motivo para faltar.
(A pergunta repete a resposta de José)

POR QUÊ

equivalente a por que motivo, por que razão, utilizado em final de frase ou em pausas.
· Você faltou por quê?
· Meu coração está triste não sei por quê.

PORQUÊ

sinônimo de motivo, razão (pode vir até no plural)
· Ninguém sabe o porquê dessa decisão.
· Todos nós queremos saber os porquês de sua decisão.


 Onde/aonde

Onde

Quando significa em que lugar, no lugar em que, em que, na qual, etc. Sempre em situações que não indiquem movimento.
· Moro onde o vento faz a curva. (moro em algum lugar)
· Arte Etc e Tal: a Arte onde quer que você esteja. (você está em algum lugar)

Aonde

Com verbos que têm a idéia de movimento ou com nomes que exijam a preposição a.
Aonde é combinação da preposição a + onde.

· Aonde eu for, venha também. (Quem vai, vai a algum lugar)
· Sua chegada foi aonde? (chegada a algum lugar)

FUNDO DO BAÚ

· Sobre onde e aonde

Nem sempre houve esse rigor quanto ao uso das formas onde e aonde. Vejamos os seguintes exemplos:

“Morrem dele nas florestas
Aonde habita o jaguar,...”
(Machado de Assis, Obra Completa, Aguilar, III, página 107, 1979)


“Mas aonde te vais agora,
Onde vais, esposo meu?”
(Machado de Assis, Obra Completa, Aguilar, III, página 109, 1979)

Vela ao entrares no porto
Aonde o gigante está!

(Fagundes Varela, Vozes de América, 2ª ed. Porto, Typ. de Antonio José da Silva Teixeira, 1876))

 Há/a



Indica sempre tempo passado

· Há tempo não ouço Roberto Carlos.
· Esta carta foi enviada há 30 dias.

A

Em situações que indicam futuro, distância ou espaço temporal.

· Daqui a pouco ele chegará.
· Foi atingido a trinta metros do local do acidente.
· O candidato chegou a 2 minutos do encerramento do prazo.

Se não/senão

Se não

Equivalente a ou, caso não ou quando não.

· Deu dois socos no amigo, se não mais. (dois socos ou mais)
· Se não chover, muitos morrerão. (caso não chova...)
· Se está satisfeito, é educado; se não, é grosseiro. (quando não está satisfeito...)

O se pode ser também uma conjunção integrante, introduzindo uma oração que funciona como objeto direto.

· O repórter perguntou se não vai haver a premiação. (O repórter perguntou isto, objeto direto. A oração se não vai haver a premiação é objeto direto de perguntou. O não deve vir separado, é claro.

Senão

Pode ser substituído por:

· do contrário, de outra forma
· Corra, senão perderemos a prova.

· a não ser, mais do que, menos, com exceção de
· Não fazia outra coisa senão reclamar

· mas, mas sim, mas também
· Não quis te magoar, senão ajudar.
· de repente, de súbito (= senão quando)
· E foi senão quando um tiro foi ouvido.
· mas antes, mas sim (= senão que)
· Não queria ajudar, senão que perturbar.


· falha, defeito, obstáculo (como substantivo, podendo ser escrito no plural)
· Havia muitos senões no livro.

Antes de pronomes, devemos usar senão a.
· não tinha outros amigos, senão a nós.

 A fim de/afim/afim de

A fim de

equivalente a para.

· Chegou cedo, a fim de fazer o trabalho. (com o objetivo de fazer o trabalho)

Afim corresponde a semelhante ou parente por afinidade

· Os dois têm pensamentos afins. (=semelhantes, que têm afinidades)
· O sogro é afim da nora. (isto é, tem parentesco sem laço sanguíneo)
· Pelo amor de Deus, não confundir com um uso coloquial
do a fim de com o sentido de estar interessado. Este uso torna-se a cada dia mais comum.

· Ele está a fim de você.

 Mas/mais

Mas

É conjunção adversativa, com o sentido de ideia contrária.
Dessa forma, pode ser substituída, na frase, por porém, todavia.


· Chegou cedo, mas não conseguiu ser atendido. (Chegou cedo, porém...)

A vírgula deve ser usada antes de mas.

FUNDO DO BAÚ
· Sobre mas/mais

Mas provém do latim magis, da mesma forma que mais.
No português arcaico, encontramos mes.

“A suidade non descende de cada ua destas partes, mes é uu sentido do coraçom...”
(D. Duarte, “O Leal Conselheiro”)


 Abaixo/a baixo

abaixo = na parte inferior (advérbio)
· Abaixo, você encontra os jardins; acima, as garagens.

a baixo - preposição + adjetivo
· Na feira estava tudo a baixo preço.

Demais/de mais

Demais = outros (pronome indefinido)
· Os cinco primeiros podem entrar. Os demais vão aguardar.

Demais = em excesso (advérbio)
· Ele bebe demais.

De mais - contrário de de menos (locução adverbial)

· Ela é lindíssima, toda certinha: nem centímetros de mais, nem de menos.

 Portanto/por tanto

Portanto - conjunção conclusiva

· Estou duro, portanto não me peça um centavo.

Por tanto - preposição + pronome
· Por tanto amor a vida me fez lutar.

 Mal/mau

Mal = moléstia, epidemia, tormento, etc. (substantivo)
· O seu mal era incurável.

Mal = contrário de bem (advérbio)
· Fez o trabalho mal e porcamente. (Não fez bem)

Mal = logo que, apenas (conjunção)
· Mal chegou, foi recebido a tapas.


Mau = contrário de bom (adjetivo)
· Passou por maus momentos (Contrário: passou por bons momentos)




PARÔNIMOS E HOMÔNIMOS

Palavras homônimas são aquelas que possuem grafia ou pronúncia igual.
Exemplos:

Sessão (reunião) - Seção ou secção (divisão, corte) - Cessão (ato de ceder)
caçar - apanhar animais ou aves - cassar - anular

Palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia parecidas.

Exemplos

Ratificar (confirmar) - retificar (corrigir)
Infligir - aplicar pena ou castigo - infringir - transgredir, violar, não respeitar
Mandado - ordem judicial - mandato - peródo de missão política

Outros exemplos:
absolver - inocentar, perdoar
absorver - sorver; consumir, esgotar

acender - pôr fogo, alumiar
ascender - subir

amoral - indiferente à moral
imoral - contra a moral, libertino, devasso
aprender - instruir-se
apreender - assimilar

assoar - limpar o nariz
assuar - vaiar, apupar

censo - recenseamento
senso - raciocínio, juízo, claro

estático - firme, imóvel
extático - admirado, pasmado

estrato - tipo de nuvem
extrato - resumo, essência

flagrante - evidente
fragrante - perfumado

fluir - correr
fruir - gozar, desfrutar

fuzil - carabina, espingarda
fusível - fio de instalação elétrica

genitor- pai
progenitor- avô

incidente - episódio
acidente - acontecimento casual, porém, grave

incipiente - principiante
insipiente - ignorante

inflação - desvalorização do dinheiro; expansão
infração - violação, transgressão

intercessão - ato de interceder, de intervir
interseção ou intersecçâo - ato de cortar
locador - proprietário, o que dá por aluguel
locatário - inquilino

moradia - ato de morar
morada - lugar onde se mora, habitação, lar

ótico - relativo ao ouvido ou à visão
óptico - relativo à visão

pleito - disputa
preito - homenagem

precedente - antecedente
procedente - proveniente, oriundo

prescrição - ordem expressa
proscrição - eliminação, expulsão

previdência - qualidade daquele que prevê as coisas
providência - medida prévia para conseguir um fim; a suprema sabedoria atribuída a Deus

sobrescrever ou sobrescritar - escrever sobre, endereçar
subscrever ou subscritar - assinar

sustar - suspender
suster - sustentar

tachar - censurar, pôr defeito
taxar - estipular preço, percentual

tráfego - movimento, trânsito
tráfico - comércio lícito ou não

vultoso - volumoso, de grande vulto, enorme
vultuoso - vermelho, inchado, atacado de vultuosidade

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Existe um banco de redações no site http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/ que é excelente para treinar a redação de um texto dissertativo. São apresentados temas atuais, critérios de correção e textos corrigidos com comentários. Abaixo segue um texto corrigido e comentado. Vou mostrar exemplos de textos mal redigidos e de textos que tiraram nota máxima para que vocês os compare e estudem a partir dos exemplos e das dicas.

Alunos do 1º ano do ensino médio da E. E. Carlos Gomes 
Fiquem atentos a todas as informações

Tema:

PROPOSTA DE FEVEREIRO DE 2013

Como se tornar um consumidor consciente? Isso é possível?


Consumir: já faz tempo que, nos mais diferentes espaços do planeta, esse verbo tem sido associado à busca da felicidade. No Brasil não é diferente. A mídia vende sonhos e cria indivíduos consumistas, com um marketing feroz voltado para as mais diferentes idades. Isso se traduz não apenas na propaganda propriamente dita, mas até na estrutura e organização das lojas, estrategicamente planejadas para induzir ao consumo. Ter (principalmente produtos de marcas consagradas) pode criar a sensação de status e de pertencimento a um grupo mais desenvolvido. Juntamente com os produtos, adquire-se a ilusão de felicidade. Para completar, os bancos oferecem crédito a jovens ainda sem uma consciência financeira e o índice de pessoas endividadas cresce cada vez mais. É possível escapar dessas armadilhas da sociedade de consumo? Como romper esse círculo vicioso? Como preparar, especialmente o jovem, para se tornar um consumidor mais consciente?

ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:



A criança e o consumo

Saber diferenciar o 'eu quero' do 'eu preciso'. É esse um dos pontos cruciais para que o consumismo infantil não crie adultos financeiramente desequilibrados. A opinião é das especialistas Cássia D’ Aquino e Maria Tereza Maldonado, autoras do livro “Educar para o Consumo”.
De fato, o consumo está cada vez mais presente na vida das crianças. Mesmo as de pouca idade, já conhecem marcas e sabem pedir aos seus pais exatamente o que querem. Um estudo realizado no Reino Unido há alguns anos mostrou que, na época, as crianças britânicas de 10 anos conheciam de 300 a 400 marcas famosas, mais de 20 vezes o número de espécies de aves de que sabiam o nome.
“Até pouco tempo atrás, a idade média em que uma criança pedia para que o pai comprasse algo era dois anos e oito meses. Hoje já é dois anos e três meses e isso vai cair ainda mais, rapidamente. Os modelos de família que temos hoje priorizam o consumo. Nos finais de semana, os pais levam as crianças ao shopping para comprar, em vez de passear, brincar, passar o tempo com os filhos”, pontua Cássia D´Aquino.
Conhecedoras do mercado, elas são capazes de influenciar os hábitos de consumo de sua família. De acordo com a pesquisa “O Poder da Influência da Criança nas Decisões de Compra da Família”, realizada pela Viacom em 11 países do mundo, entre eles o Brasil, 51% dos pais tomam a decisão de uma compra depois de ouvir a opinião dos filhos, enquanto 49% afirmam que decidem juntos com as crianças.
Mesmo quando o produto é para os pais, a opinião dos filhos é levada a sério. Na categoria automóvel, por exemplo, 60% dos pais dizem que foram influenciados pelos filhos. No entanto, mais do que ouvir a opinião das crianças, é importante que os pais aproveitem esses momentos para educar financeiramente.
[UOL Notícias Economia]
Impulsividade e falta de consciência
Soma e subtração. Cheque especial, cartão de crédito, contas para pagar ao fim do mês e uma conta bancária no vermelho. Essa situação é a realidade de 70% dos jovens que iniciam suas carreiras.
Endividados, os novos funcionários do mercado de trabalho acabam prejudicando o próprio desenvolvimento profissional por conta da falta de saúde financeira, é o que revela o educador de finanças, Reinaldo Domingos.
Segundo ele, a falta de dinheiro pode causar problemas como o absenteísmo (ausências) e a desatenção no trabalho, gerando dificuldades de ordem pessoal e profissional, como aumento de empréstimos consignados, baixa autoestima, aumento de acidentes de trabalho, além de abalar a qualidade de vida familiar do colaborador.
Isso acontece por três motivos, principalmente. Primeiro é a falta de consciência financeira de se gastar além do que se recebe. Em seguida está o excesso de mídia/marketing sob produtos e serviços. Por último está a oferta de crédito fácil. "Esses três fatores são cruciais para o desequilíbrio financeiro. O jovem é impulsivo e se entrega ao consumismo, sem ao menos saber se suas contas já estão no limite. O que completa esse ciclo são os cartões e cheque especial", explica Domingos.
[DSOP - Educação Financeira]


Eu etiqueta

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
(...)
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
(...)
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
[Carlos Drummond de Andrade]


Observações

Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
Não deixe de dar um titulo à sua redação.
Confira as redações avaliadas a partir de 1 de março de 2013.

Elaboração da proposta
Sueli de Britto Salles
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Prestem atenção nisso:

Exemplo de uma redação ,com o tema acima, que foi mal redigida. Em seguida, os comentários dos avaliadores.

REDAÇÃO

Aluno:***
Idade:***
Colégio:***
Nota  3,5


Quando o consumo se torna um problema


Com o advento do capitalismo, a sociedade passou a ser consumista sem limites. De modo que não mais se consegue pensar em uma sociedade que não compre, não consuma ou não esteja interessada ao [no] que está ao seu redor. O consumismo [consumo] faz parte da vida natural de qualquer pessoa e também sujeita a quem [o indivíduo que] dele faça uso imoderadamente a um extremo problema: o consumismo inconsciente.

Basta pensar que uma pessoa não vive sem ir a um supermercado qualquer ou até mesmo para vestir-se é necessário [necessária] a prática do consumo, da pesquisa e demais atos. [de demais atos.] Hoje em dia, a mídia evidencia bastante aquilo que está na moda, abrangendo todos os públicos: crianças, jovens, adultos. Há quem afirme que em algumas situações isso passa a ser crítico, pois as pessoas antes de serem influenciadas pelo o que [que] está ao redor, devem ser capazes de enfatizar suas singularidades, gostos e personalidades próprias.

Assim, pode-se afirmar que o poder da moda, decorrente da indiscriminância do próprio consumidor acaba tornando um círculo vicioso e que inconscientemente, o limite é extrapolado sem ao menos que se tenha noção mais tarde do problema não só material, uma vez que existem pessoas que compram objetos supérfluos apenas para realização pessoal, e psicológico, tendo em vista a gravidade da situação, muitas vezes irreversível, na qual só a ajuda de um profissional para amenizar essa problemática. 

Portanto, a prática do consumo não necessariamente é questionada de modo negativo, porque a ideia é que se tenha uma consciência desde cedo para que isso não se torne um distúrbio mental. Assim como qualquer outra atividade, essa é uma prática de se dar exemplos. De [exemplos, de] pai para filho, ou da própria mídia aos telespectadores.

Se não fosse o grande entrave do capitalismo fomentar que a sua sobrevivência é o consumismo, talvez não teríamos [tivéssemos] esse desmembramento de tal assunto se tornar uma disfunção.


Comentário geral

O autor demonstrou dificuldade na construção dos argumentos, pois usou um vocabulário rebuscado que, em vez de ajudar, só prejudicou a clareza das ideias. Além disso, há sequências incoerentes ao longo dos parágrafos.

Aspectos pontuais

1) Primeiro parágrafo: a) o autor parece não diferenciar consumo e consumismo. Isso compromete a tese a ser defendida.

2) Segundo parágrafo: a) basta pensar nessas coisas para quê? O parágrafo deveria manter uma autonomia em relação ao anterior, mas, em vez disso, parece querer completar-lhe uma ideia, o que não fica claro; b) não fica claro a que pesquisas e atos o autor se refere. Trecho sem lógica, impreciso; c) ao expor a opinião alheia, o autor isenta-se de expor a sua, não deixando claro se concorda ou não com isso; d) a proposta deveria aparecer mais ao final do texto, após as análises gerais.

3) Terceiro parágrafo: há um aglomerado de ideias no parágrafo de frase única, o que comprometeu a clareza da análise. O autor perde-se em divagações apenas para falar sobre o consumo compulsivo que leva o indivíduo a necessitar de ajuda profissional.

4) Quarto parágrafo: trecho confuso: não se sabe por quem a prática do consumo deveria ser questionada (e não é, segundo o autor) ou por que esse questionamento deveria ser negativo. Aqui parece novamente haver um equívoco entre consumo e consumismo. Parágrafo solto, ineficiente.

5) Quinto parágrafo: conclusão sem lógica, com vocabulário impreciso e preciosista.

Competências avaliadas

1. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 1,0

2. Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 1,0

3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 0,5

4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 0,5

5. Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 0,5

Total 3,5

Desempenho do aluno em cada competência

Nota 2,0 - Satisfatório
Nota 1,5 - Bom 
Nota 1,0 - Regular
 Nota 0,5 - Fraco
Nota 0,0 - Insatisfatório


Agora vamos ver um exemplo de uma redação com nota máxima. A qual eu chamei, aqui no Blog, de um exemplo de uma redação exemplar.

Exemplo de uma redação exemplar:


REDAÇÃO

Aluno:***
Idade:***
Colégio:***
Nota: 10,0

Consumismo: do social ao psicológico

O modelo comportamental idolatrado pela sociedade contemporânea tem agravado cada vez mais o problema do consumismo exacerbado. Nesse ponto, a existência de consumidores conscientes é possível, mas depende, precipuamente, de uma preparação psicológica dos indivíduos, a fim de que possam lidar adequadamente com as pressões impostas pelo mundo externo.

É notório que a sociedade preza pelo sucesso patrimonial e que a maior parte das pessoas, seja por ter sido iludida pelas armadilhas de consumo, seja por medo de rejeição dentro de seu próprio grupo, busca, a qualquer custo, transparecer um nível razoável de bonança financeira. Consumir muito se reverte, dessa forma, em um problema de ordem psicológica, já que os estímulos externos se desembocam em uma tensão interior: comprar é preciso para "sentir-se bem" e para "mostrar-se bem".

Fica assim evidente que o primeiro passo para se ter compradores com autocontrole é exatamente prepará-los psicologicamente para enfrentar tais pressões externas, inerentes à vida em sociedade. Para tanto, é necessário, desde logo, que as crianças sejam educadas para se tornarem adultos autossuficientes e com pensamento crítico. Dessa forma, ao crescerem, estarão menos suscetíveis às constantes atratividades do mercado e aos modismos sociais.

Portanto, a possibilidade de existirem cada vez mais consumidores conscientes depende da prévia e genérica preparação psicológica destes para superarem adequadamente as imposições estabelecidas pelo mercado e pelos meios sociais. Um indivíduo que não se submete passivamente a um modelo que lhe é sugerido, mas que o analisa e o critica, é certamente capaz de decidir o que é realmente necessário e o que não o é, podendo seguramente selecionar o que ele deve e o que pode comprar.

Comentário geral

muito bom texto, com clara exposição de ideias e argumentação convincente, bem concatenada. Parabéns!

Aspectos pontuais

Nenhum aspecto pontual a comentar.

Competências avaliadas

1. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 2,0

2. Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 2,0

3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 2,0

4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 2,0

5. Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 2,0

Total 10,0 Essa é a nota que vocês dos primeiros anos do ensino médio da E.E. Carlos Gomes vão receber no ENEM ou nos vestibulares, se começarem a estudar, desde já, com organização, calma, concentração, disciplina, motivação, entusiasmo, rigor e com uma ajudinha do Prof.