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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Existe um banco de redações no site http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/ que é excelente para treinar a redação de um texto dissertativo. São apresentados temas atuais, critérios de correção e textos corrigidos com comentários. Abaixo segue um texto corrigido e comentado. Vou mostrar exemplos de textos mal redigidos e de textos que tiraram nota máxima para que vocês os compare e estudem a partir dos exemplos e das dicas.

Alunos do 1º ano do ensino médio da E. E. Carlos Gomes 
Fiquem atentos a todas as informações

Tema:

PROPOSTA DE FEVEREIRO DE 2013

Como se tornar um consumidor consciente? Isso é possível?


Consumir: já faz tempo que, nos mais diferentes espaços do planeta, esse verbo tem sido associado à busca da felicidade. No Brasil não é diferente. A mídia vende sonhos e cria indivíduos consumistas, com um marketing feroz voltado para as mais diferentes idades. Isso se traduz não apenas na propaganda propriamente dita, mas até na estrutura e organização das lojas, estrategicamente planejadas para induzir ao consumo. Ter (principalmente produtos de marcas consagradas) pode criar a sensação de status e de pertencimento a um grupo mais desenvolvido. Juntamente com os produtos, adquire-se a ilusão de felicidade. Para completar, os bancos oferecem crédito a jovens ainda sem uma consciência financeira e o índice de pessoas endividadas cresce cada vez mais. É possível escapar dessas armadilhas da sociedade de consumo? Como romper esse círculo vicioso? Como preparar, especialmente o jovem, para se tornar um consumidor mais consciente?

ELABORE UMA DISSERTAÇÃO CONSIDERANDO AS IDEIAS A SEGUIR:



A criança e o consumo

Saber diferenciar o 'eu quero' do 'eu preciso'. É esse um dos pontos cruciais para que o consumismo infantil não crie adultos financeiramente desequilibrados. A opinião é das especialistas Cássia D’ Aquino e Maria Tereza Maldonado, autoras do livro “Educar para o Consumo”.
De fato, o consumo está cada vez mais presente na vida das crianças. Mesmo as de pouca idade, já conhecem marcas e sabem pedir aos seus pais exatamente o que querem. Um estudo realizado no Reino Unido há alguns anos mostrou que, na época, as crianças britânicas de 10 anos conheciam de 300 a 400 marcas famosas, mais de 20 vezes o número de espécies de aves de que sabiam o nome.
“Até pouco tempo atrás, a idade média em que uma criança pedia para que o pai comprasse algo era dois anos e oito meses. Hoje já é dois anos e três meses e isso vai cair ainda mais, rapidamente. Os modelos de família que temos hoje priorizam o consumo. Nos finais de semana, os pais levam as crianças ao shopping para comprar, em vez de passear, brincar, passar o tempo com os filhos”, pontua Cássia D´Aquino.
Conhecedoras do mercado, elas são capazes de influenciar os hábitos de consumo de sua família. De acordo com a pesquisa “O Poder da Influência da Criança nas Decisões de Compra da Família”, realizada pela Viacom em 11 países do mundo, entre eles o Brasil, 51% dos pais tomam a decisão de uma compra depois de ouvir a opinião dos filhos, enquanto 49% afirmam que decidem juntos com as crianças.
Mesmo quando o produto é para os pais, a opinião dos filhos é levada a sério. Na categoria automóvel, por exemplo, 60% dos pais dizem que foram influenciados pelos filhos. No entanto, mais do que ouvir a opinião das crianças, é importante que os pais aproveitem esses momentos para educar financeiramente.
[UOL Notícias Economia]
Impulsividade e falta de consciência
Soma e subtração. Cheque especial, cartão de crédito, contas para pagar ao fim do mês e uma conta bancária no vermelho. Essa situação é a realidade de 70% dos jovens que iniciam suas carreiras.
Endividados, os novos funcionários do mercado de trabalho acabam prejudicando o próprio desenvolvimento profissional por conta da falta de saúde financeira, é o que revela o educador de finanças, Reinaldo Domingos.
Segundo ele, a falta de dinheiro pode causar problemas como o absenteísmo (ausências) e a desatenção no trabalho, gerando dificuldades de ordem pessoal e profissional, como aumento de empréstimos consignados, baixa autoestima, aumento de acidentes de trabalho, além de abalar a qualidade de vida familiar do colaborador.
Isso acontece por três motivos, principalmente. Primeiro é a falta de consciência financeira de se gastar além do que se recebe. Em seguida está o excesso de mídia/marketing sob produtos e serviços. Por último está a oferta de crédito fácil. "Esses três fatores são cruciais para o desequilíbrio financeiro. O jovem é impulsivo e se entrega ao consumismo, sem ao menos saber se suas contas já estão no limite. O que completa esse ciclo são os cartões e cheque especial", explica Domingos.
[DSOP - Educação Financeira]


Eu etiqueta

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
(...)
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
(...)
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
[Carlos Drummond de Andrade]


Observações

Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;
Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;
Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;
A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;
Não deixe de dar um titulo à sua redação.
Confira as redações avaliadas a partir de 1 de março de 2013.

Elaboração da proposta
Sueli de Britto Salles
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Prestem atenção nisso:

Exemplo de uma redação ,com o tema acima, que foi mal redigida. Em seguida, os comentários dos avaliadores.

REDAÇÃO

Aluno:***
Idade:***
Colégio:***
Nota  3,5


Quando o consumo se torna um problema


Com o advento do capitalismo, a sociedade passou a ser consumista sem limites. De modo que não mais se consegue pensar em uma sociedade que não compre, não consuma ou não esteja interessada ao [no] que está ao seu redor. O consumismo [consumo] faz parte da vida natural de qualquer pessoa e também sujeita a quem [o indivíduo que] dele faça uso imoderadamente a um extremo problema: o consumismo inconsciente.

Basta pensar que uma pessoa não vive sem ir a um supermercado qualquer ou até mesmo para vestir-se é necessário [necessária] a prática do consumo, da pesquisa e demais atos. [de demais atos.] Hoje em dia, a mídia evidencia bastante aquilo que está na moda, abrangendo todos os públicos: crianças, jovens, adultos. Há quem afirme que em algumas situações isso passa a ser crítico, pois as pessoas antes de serem influenciadas pelo o que [que] está ao redor, devem ser capazes de enfatizar suas singularidades, gostos e personalidades próprias.

Assim, pode-se afirmar que o poder da moda, decorrente da indiscriminância do próprio consumidor acaba tornando um círculo vicioso e que inconscientemente, o limite é extrapolado sem ao menos que se tenha noção mais tarde do problema não só material, uma vez que existem pessoas que compram objetos supérfluos apenas para realização pessoal, e psicológico, tendo em vista a gravidade da situação, muitas vezes irreversível, na qual só a ajuda de um profissional para amenizar essa problemática. 

Portanto, a prática do consumo não necessariamente é questionada de modo negativo, porque a ideia é que se tenha uma consciência desde cedo para que isso não se torne um distúrbio mental. Assim como qualquer outra atividade, essa é uma prática de se dar exemplos. De [exemplos, de] pai para filho, ou da própria mídia aos telespectadores.

Se não fosse o grande entrave do capitalismo fomentar que a sua sobrevivência é o consumismo, talvez não teríamos [tivéssemos] esse desmembramento de tal assunto se tornar uma disfunção.


Comentário geral

O autor demonstrou dificuldade na construção dos argumentos, pois usou um vocabulário rebuscado que, em vez de ajudar, só prejudicou a clareza das ideias. Além disso, há sequências incoerentes ao longo dos parágrafos.

Aspectos pontuais

1) Primeiro parágrafo: a) o autor parece não diferenciar consumo e consumismo. Isso compromete a tese a ser defendida.

2) Segundo parágrafo: a) basta pensar nessas coisas para quê? O parágrafo deveria manter uma autonomia em relação ao anterior, mas, em vez disso, parece querer completar-lhe uma ideia, o que não fica claro; b) não fica claro a que pesquisas e atos o autor se refere. Trecho sem lógica, impreciso; c) ao expor a opinião alheia, o autor isenta-se de expor a sua, não deixando claro se concorda ou não com isso; d) a proposta deveria aparecer mais ao final do texto, após as análises gerais.

3) Terceiro parágrafo: há um aglomerado de ideias no parágrafo de frase única, o que comprometeu a clareza da análise. O autor perde-se em divagações apenas para falar sobre o consumo compulsivo que leva o indivíduo a necessitar de ajuda profissional.

4) Quarto parágrafo: trecho confuso: não se sabe por quem a prática do consumo deveria ser questionada (e não é, segundo o autor) ou por que esse questionamento deveria ser negativo. Aqui parece novamente haver um equívoco entre consumo e consumismo. Parágrafo solto, ineficiente.

5) Quinto parágrafo: conclusão sem lógica, com vocabulário impreciso e preciosista.

Competências avaliadas

1. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 1,0

2. Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 1,0

3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 0,5

4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 0,5

5. Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 0,5

Total 3,5

Desempenho do aluno em cada competência

Nota 2,0 - Satisfatório
Nota 1,5 - Bom 
Nota 1,0 - Regular
 Nota 0,5 - Fraco
Nota 0,0 - Insatisfatório


Agora vamos ver um exemplo de uma redação com nota máxima. A qual eu chamei, aqui no Blog, de um exemplo de uma redação exemplar.

Exemplo de uma redação exemplar:


REDAÇÃO

Aluno:***
Idade:***
Colégio:***
Nota: 10,0

Consumismo: do social ao psicológico

O modelo comportamental idolatrado pela sociedade contemporânea tem agravado cada vez mais o problema do consumismo exacerbado. Nesse ponto, a existência de consumidores conscientes é possível, mas depende, precipuamente, de uma preparação psicológica dos indivíduos, a fim de que possam lidar adequadamente com as pressões impostas pelo mundo externo.

É notório que a sociedade preza pelo sucesso patrimonial e que a maior parte das pessoas, seja por ter sido iludida pelas armadilhas de consumo, seja por medo de rejeição dentro de seu próprio grupo, busca, a qualquer custo, transparecer um nível razoável de bonança financeira. Consumir muito se reverte, dessa forma, em um problema de ordem psicológica, já que os estímulos externos se desembocam em uma tensão interior: comprar é preciso para "sentir-se bem" e para "mostrar-se bem".

Fica assim evidente que o primeiro passo para se ter compradores com autocontrole é exatamente prepará-los psicologicamente para enfrentar tais pressões externas, inerentes à vida em sociedade. Para tanto, é necessário, desde logo, que as crianças sejam educadas para se tornarem adultos autossuficientes e com pensamento crítico. Dessa forma, ao crescerem, estarão menos suscetíveis às constantes atratividades do mercado e aos modismos sociais.

Portanto, a possibilidade de existirem cada vez mais consumidores conscientes depende da prévia e genérica preparação psicológica destes para superarem adequadamente as imposições estabelecidas pelo mercado e pelos meios sociais. Um indivíduo que não se submete passivamente a um modelo que lhe é sugerido, mas que o analisa e o critica, é certamente capaz de decidir o que é realmente necessário e o que não o é, podendo seguramente selecionar o que ele deve e o que pode comprar.

Comentário geral

muito bom texto, com clara exposição de ideias e argumentação convincente, bem concatenada. Parabéns!

Aspectos pontuais

Nenhum aspecto pontual a comentar.

Competências avaliadas

1. Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 2,0

2. Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 2,0

3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 2,0

4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 2,0

5. Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 2,0

Total 10,0 Essa é a nota que vocês dos primeiros anos do ensino médio da E.E. Carlos Gomes vão receber no ENEM ou nos vestibulares, se começarem a estudar, desde já, com organização, calma, concentração, disciplina, motivação, entusiasmo, rigor e com uma ajudinha do Prof.