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domingo, 31 de março de 2013


Cecília Meireles

Canção


No desequilíbrio dos mares,
as proas giram sozinhas...
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.


Eu te esperei todos os séculos
sem desespero e sem desgosto,
e morri de infinitas mortes
guardando sempre o mesmo rosto


Quando as ondas te carregaram
meu olhos, entre águas e areias,
cegaram como os das estátuas,
a tudo quanto existe alheias.


Minhas mãos pararam sobre o ar
e endureceram junto ao vento,
e perderam a cor que tinham
e a lembrança do movimento.


E o sorriso que eu te levava
desprendeu-se e caiu de mim:
e só talvez ele ainda viva
dentro destas águas sem fim.
 

sábado, 30 de março de 2013


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Informação do site Konkero

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sexta-feira, 29 de março de 2013

Portal Domínio Público - Biblioteca digital desenvolvida em software livrehttp://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp

Site do MEC com uma infinidade de livros entre outros materiais para consulta livre.

1º Ano - Período literário: Trovadorismo

As cantigas trovadorescas


        

Tipos de Cantiga

Os trovadores cultivavam dois tipos de cantigas lírico-amorosas: a cantiga de amor e a cantiga de amigo. A cantiga de amor apresentava uma declaração amorosa de um homem para uma mulher; a cantiga de amigo consistia na declaração amorosa de uma mulher para um homem.
Ao lado das cantigas amorosas tinha-se um outro tipo de cantigas, as satíricas, subdivididas em cantigas de escárnio, onde a pessoa visada era ridicularizada, e as cantigas de maldizer, com o mesmo propósito.

A cantiga de amor

O cavalheiro se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O poeta, na posição de fiel vassalo, se põe a serviço de sua senhora, dama da corte, tornando esse amor um objeto de sonho, distante, impossível. Mas nunca consegue conquistá-la, porque tem medo e também porque ela rejeita sua canção. 

EX:

"A dona que eu am'e tenho por Senhor
amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.
A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus
e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,
se non dade-me-a morte.
Essa que Vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,
se non dade-me-a morte.
A Deus, que me-a fizestes mais amar,
mostrade-me-a algo possa con ela falar,
se non dade-me-a morte."



Identificamos as seguintes características de um cantiga de amor:

  • Eu lírico masculino
  • Assunto Principal: o sofrimento amoroso do eu-lírico perante uma mulher idealizada e distante.
  • Amor cortês; vassalagem amorosa.
  • Amor impossível.
  • Ambientação aristocrática das cortes.
  • Forte influência provençal.
  • Vassalagem amorosa "o eu lírico usa o pronome de tratamento "senhor".


A cantiga de amigo (namorado)


São cantigas de origem popular, com marcas evidentes da literatura oral (reiterações, paralelismo, refrão, estribilho), recursos esses próprios dos textos para serem cantados e que propiciam facilidade na memorização. Esses recursos são utilizados, ainda hoje, nas canções populares.

Ex:
"Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado!
ai Deus, e u é?"

Identificamos uma cantiga de amigo da seguinte forma:

  • Eu lírico feminino.
  • Presença de paralelismos.
  • Predomínio da musicalidade.
  • Assunto Principal: o lamento da moça cujo namorado partiu.
  • Amor natural e espontâneo.
  • Amor possível.
  • Ambientação popular rural ou urbana.
  • Influência da tradição oral ibérica.
  • Deus é o elemento mais importante do poema.
  • Pouca subjetividade.



    Cantigas de Escárnio e Maldizer

    Podem ser consideradas como painéis do cotidiano. Podiam ser escritas em prosa ou em verso e sempre "gozavam" de alguém: de uma pessoa decadente, de uma pessoa que passou por um problema amoroso, uma mulher namoradeira, os representantes do clero que acumulavam riquezas ou tinham amantes e todos os maus profissionais. Apresentavam uma linguagem pouco criativa e bastante descuidada, com palavras de duplo sentido, a ironia e a hipérbole, além de gírias e palavrões.
    As cantigas de escárnio traziam uma linguagem mais velada do que as cantigas de maldizer, que apresentavam uma sátira mais directa, sem nenhuma camuflagem. A diferença entre ambas, no entanto, nem sempre é muito clara.

Muito legal esse jogo para treinar para o ENEM e para o vestibular. Você deve lembrar-se dos personagens e dos livros que compõem as principais listas de avaliações do país. Ao final há uma avaliação.
http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/jogos-multimidia/personagens-literatura-brasileira-626675.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_guiadoestudante&

Narradores de Javé, da diretora Eliane Caffé. 
Bom filme.




http://www.youtube.com/watch?v=rMLLtKrVOZg

A todos os alunos:


Livros, cinema, teatro,música, palestras, estudos, conversas......

Podemos aprender e ter prazer intelectual, cultural e estético por meios diversos.


Talvez você ainda não tenha descoberto uma razão convincente para se dedicar aos livros. É possível que seus pais e/ou professores, por um motivo ou outro, não tenham transmitido a você o prazer que o ganho de conhecimento nos traz, e a importância do aprendizado em nossas vidas. Estudar não só garante a você um futuro com mais possibilidades, mas também uma vida mais rica e interessante. Ler, acima de tudo, nos faz entrar em contato com a nossa vida interior e com a realidade que nos cerca. Procure perceber como o que é dito na escola tem tudo a ver com o que se passa no mundo(entendo que, às vezes, há algum tipo de desvio ou exceção nesse sentido) – assim você começará a perceber como existem, sim, ótimas razões para aprender cada vez mais. 


Filmes para ver e pensar: 
- “Os Incompreendidos”, François Truffaut (1959)
- “O Clube do Imperador”, de Michael Hoffman (2002)
- “Adorável Professor”, Stephen Herek (1995) 

Um abraço a todos.
PESSOAL DO CARLÃO:

SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA,
QUE TAL LERMOS E ANALISARMOS OS TEXTOS ABAIXO PARA UMA FUTURA DISCUSSÃO DE LITERATURA COMPARADA?
A ELOQUÊNCIA PARNASIANA DE OLAVO BILAC OU A INOVAÇÃO VANGUARDISTA E O EXPERIMENTALISMO OUSADO DE CAETANO VELOSO, O QUE VOCÊS PREFEREM?
AS PALAVRAS TÊM PODER

O fruto de cada palavra retorna a quem a pronunciou.
Abu-Shakur Balkhi


Língua


Caetano Veloso

Gosto de sentir a minha língua roçar

A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E um profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior
E quem há de negar que esta lhe é superior
E deixa os portugais morrerem à míngua
Minha pátria é minha língua
Fala Mangueira
Fala!
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
o que pode
Esta língua
(3X)


Vamos atentar para a sintaxe paulista

E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas
Cadê? Sejamos imperialistas
Vamos na velô da dicção choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Hollanda nos resgate
E Xeque-mate, explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Sejamos o lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisa como rã e ímã...
Nomes de nomes como Scarlet Moon Chevalier
Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé, Maria da Fé
Arrigo Barnabé

Incrível

É melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Se você tem uma idéia incrível
É melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível
Filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o recôncavo, e o recôncavo, e o recôncavo
Meu medo!

A língua é minha Pátria

eu não tenho Pátria: tenho mátria
Eu quero frátria

Poesia concreta e prosa caótica

Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
Será que ele está no Pão de Açúcar
Tá craude brô, você e tu lhe amo
Qué que'u faço, nego?
Bote ligeiro
arigatô,arigatô
Nós canto falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem,que falem.

Link: http://www.vagalume.com.br/caetano-veloso/lingua.html#ixzz2OwmXG9oK

Língua portuguesa
Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!



NOVO ACORDO
ORTOGRÁFICO
por Carlos Alberto Faraco

http://www.parabolaeditorial.com.br/downloads/novoacordo2.pdf





Páscoa, passagem, transformação, renovação...

A grande lição que a natureza nos dá é a da renovação... através de ciclos ela decompõe e torna a compor a si mesma. Atentemos para isso, pois nem sempre estamos bem. É um ciclo, precisamos nos recompor, e prosseguir. Um dia todas as nossas folhas estão ao chão, mas há uma profusão de vida imediatamente após o que parece o fim. Concentremo-nos nas flores e nos frutos, e enfrentemos os invernos com destemor e esperança.
Estas são as lições simples de Deus.


DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS 
Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III)
da  Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948

Artigo I
        Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão  e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.   
Artigo II
        Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,  religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 
Artigo III
        Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo IV
        Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.   
Artigo V
        Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Artigo VI
        Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei.   
Artigo  VII
        Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.   
Artigo VIII
        Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem  os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.   
Artigo IX
        Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.   
Artigo X
        Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.   
Artigo XI
        1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.   
        2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo XII
        Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
Artigo XIII
        1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.   
        2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
Artigo XIV
        1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.   
        2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
Artigo XV
        1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.   
        2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo XVI
        1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer retrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.   
        2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
Artigo XVII
        1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.   
        2.Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo XVIII
[...]
Uma sexta-feira de muita Paz a todos


       7ª e 8ª séries:  Discurso direto, indireto e indireto livre

 DISCURSO DIRETO

No DISCURSO DIRETO transcreveremos literalmente a passagem do texto que selecionamos para aproveitarmos em nosso texto. Se acharmos que é importante para o leitor do texto que estamos produzindo, entrar em contato direto com o que o autor da nossa fonte disse/escreveu, devemos utilizar o DISCURSO DIRETO. Daremos uma maior CREDIBILIDADE ao que estamos querendo dizer. Platão & Fiorin (1996:182) definem algumas marcas importantes ao elaborar o discurso direto. 

Vejamos:

"a) Vem introduzido por um verbo que anuncia a fala do personagem ...Tais verbos costumam ser denominados verbos de dizer (dizer, responder, retrucar, afirmar, falar e outros do mesmo tipo).

b) Normalmente, antes da fala do personagem, há dois pontos e travessão.

c) Os pronomes, o tempo verbal e palavras que dependem de situação são usados literalmente, determinados pelo contexto em que se inscreve o personagem: o personagem que fala usa a 1ª pessoa; pra falar com o interlocutor, utiliza-se da 2ª pessoa; os tempos verbais são ordenados em relação ao momento da fala e assim por diante".
Vamos a um exemplo de Discurso Direto:
Sentado na mesa do bar, Carlos levantou-se e foi até a mesa de Júlia, uma antiga colega de faculdade e, sem muita pretensão, perguntou:
- Júlia?! Não acredito que é você! Nossa, quanto tempo!


 DISCURSO INDIRETO

Nesse caso não iremos transcrever literalmente as palavras de nosso autor
(fonte da nossa pesquisa). Queremos expor somente o sentido do pensamento daquilo que nosso autor quis dizer. Vejamos:

Platão & Fiorin definem o discurso indireto como sendo um procedimento que não transcreverá literalmente a fala do outro. Para os autores, o discurso indireto virá introduzido por um verbo que tenha o mesmo sentido de DIZER; será separado da fala do narrador por uma partícula introdutória – conjunções (que – se); o verbo virá em 3ª pessoa e o tempo verbal se correlacionará com o tempo em que se situa a narração. (1991:181-3)
Abaixo, deixo um exemplo de Discurso Indireto:
Sentado na mesa do bar, Carlos levantou-se e caminhou até a mesa de Júlia, uma antiga colega de faculdade. Chegando à mesa, como se não a conhecesse, perguntou se ela era a Júlia, aquela antiga amiga, e quando viu que estava certo, espantou-se, afirmando que há muito não se encontravam.



 DISCURSO INDIRETO LIVRE

Aqui já há uma conciliação entre os dois tipos de discurso (direto e indireto). A função do discurso indireto livre é eliminar os diálogos intermediários, dar uma certa afetividade às palavras e exteriorizar fragmentos do fluxo de consciência de uma personagem. Platão & Fiorin esclarecem que o DISCURSO INDIRETO LIVRE
"corresponde a uma espécie de discurso indireto do qual se excluíram: os verbos de dizer que anunciam a fala do personagem, a partícula introdutória (que, se)". Acrescentam ainda que: "o discurso indireto livre mescla a fala do narrador com a do personagem (...) cria um efeito de sentido que fica a meio caminho entre a subjetividade e a objetividade. Nele, são duas vozes que se expressam, a do narrador e a do personagem". (1996:184-5)

Vejamos um exemplo de Discurso Indireto Livre:
Carlos sempre imaginou que a faculdade havia sido a sua melhor fase, não só pelos amigos, mas pelas festas. Ah, as festas…
As noites em claro que passava conversando com uma, duas, três, ou até quatro calouras era o que mais sentia falta. De fato que muitas conversas eram superficiais; notas, aulas chatas, professores chatos e provas. Enfim, conversas descartáveis, mas que rendiam boas horas de diversão.
Porém, para Carlos, as melhores conversas eram aquelas que varriam a madrugada adentro, parando somente para o café da manhã. Conversas que ele só tinha com Júlia, uma aluna do 2º período, uma linda mulher: morena, alta, incrivelmente sensual e, a melhor parte, inteligente. Ah, que saudade tinha de Júlia e suas conversas. E, sentado, esperando João que havia saído para fumar, Carlos lembrava dessas longas conversar, imaginando o que teria acontecido com Júlia desde o final da faculdade, e se arrependendo por não ter mantido contato com ela.
Com certa tristeza no olhar, Carlos chamou o garçom e pediu mais uma porção de batata frita, como João havia lhe pedido, antes de sair. Porém, ao virar-se para procurar João, que já estava fora há mais de 15 minutos, Carlos não pode acreditar no que via. Júlia, a aluna do 2º semestre, estava sentada a duas mesas de distância, sozinha e perfeitamente linda. Seus cabelos soltos seguiam o ritmo da brisa que soprava pela janela. E com os olhos fixados naquela visão, certificou-se que era a mesma Júlia e, sussurando, afirmou em voz baixa: É ela!
Como se algo o forçasse a levantar, criou coragem e sem pretensão alguma, dirigiu-se até sua mesa e perguntou:
- Júlia?! Não acredito que é você! Nossa, quanto tempo!


Os autores recorrem a um trecho da obra Vidas Secas de Graciliano Ramos para explicarem as três formas de discursos. Vejamos:

a) Discurso direto:
Baleia pensava: O mundo ficará todo cheio de preás, gordos, enormes.

b) Discurso indireto:
Baleia pensava que o mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.

c) Discurso indireto livre:
O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.

IMPORTANTE CONSULTAR SEMPRE:
Verificar as possibilidades de formação do discurso direto, indireto e indireto livre, considerando os tempos verbais (presente, pretérito, pretérito imperfeito e outros...) In: Othon, Garcia. Comunicação em prosa moderna. 17ªed. Rio de Janeiro: FGV, 1996. p.129-151.